segunda-feira, 25 de março de 2013

PÁSCOA: CELEBRAÇÃO DA VIDA!

PÁSCOA: CELEBRAÇÃO DA VIDA!

Neste final de semana estamos comemorando a Páscoa, que para nós cristãos representa a libertação que Jesus Cristo efetuou por nós na sua morte e ressurreição. Cristo está vivo! Aleluia! O sepulcro está vazio, Ele venceu a morte, e este fato nos dá a plena certeza que receberemos um corpo glorificado na Sua gloriosa volta!

A Páscoa ocidental tornou-se vazia de conteúdo espiritual, seu significado ficou restrito aos ovos de chocolate. Ao meditarmos na primeira páscoa celebrada pelos hebreus, perceberemos três elementos básicos constituíam o banquete da liberdade na saída do Egito: pães sem fermento, ervas amargas, cordeiro sem mácula (Ex.12). Estes elementos possuem um significado muito interessante para a reflexão da Páscoa em nossos dias.

1) PÃES SEM FERMENTO REPRESENTAM A FÉ SEM HIPOCRISIA E SUPERFICIALIDADE. Em Ex.12.15 há a indicação que no banquete da liberdade não poderia haver pão com fermento. A festa dos pães asmos começava na noite da páscoa (Ex.12.6,18) e durava sete dias. Diz o texto que no primeiro dia, todo o fermento tinha de ser retirado das casas. O fermento era símbolo de corrupção e de mal, e qualquer pessoa que o comesse seria eliminada de Israel (Lv.10.12; Lc.12.1). O fermento usado entre os judeus era um pedaço de massa velha e azeda que se introduziu ou “se escondia na massa nova para que a penetrasse e a tornasse leve, fazendo-a crescer. Simboliza o crescimento tanto do bem (Mt.13.33) como do mal” (Gl.5.9). Jesus alertou seus discípulos para terem cuidado com o fermento dos fariseus: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia (Lc.12.1).

Olhando para a páscoa como uma festa que celebra a liberdade devemos abandonar qualquer prática ou postura que nos corrompa. O apóstolo Paulo nos exorta a celebrar a festa, não com o velho fermento, de maldade e malícia, mas sim com os pães asmos da sinceridade e da verdade(1Co.5.7-8). Aprendemos que nossa espiritualidade, nossa devoção a Deus, deve ser autêntica, desprovida de uma aparência hipócrita, legalista e religiosa. Uma celebração verdadeira, segundo este texto é feita com sinceridade e com verdade

2) ERVAS AMARGAS TRAZEM A MEMÓRIA A ESCRAVIDÃO E SOFRIMENTO DO “EGITO” . Apesar de a Páscoa ser uma festa de libertação, era importante que o povo não perdesse a consciência de quanto foi dolorosa a escravidão passada. No banquete da liberdade havia ervas amargas (Ex.12.8). Talvez estas ervas amargas fossem alface selvagem, que era um tempero primitivo, embora mais tarde os judeus às considerassem um símbolo do amargo da escravidão de Israel. Portanto, o que foi instituído para lembrar a dor da escravidão, simbolizada no amargor das ervas do deserto, não pode ser entendido na doçura dos chocolates... É interessante notarmos que, toda verdadeira libertação tem um preço muito alto e geralmente alguém paga este preço. Jesus Cristo pagou o preço de nosso resgate na cruz do calvário. Seu sacrifício nos propiciou a libertação do cativeiro do pecado.

3) O CORDEIRO SEM DEFEITO REPRESENTA JESUS CRISTO, NOSSO CORDEIRO PASCAL No banquete da liberdade, o prato principal era um cordeiro novo e sem defeito: “O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito..” Ex.12.5. O animal deveria ser macho de um ano; e seria imolado ao entardecer, e queimado por inteiro, sem quebrar-lhe os ossos. Teriam de comê-lo à noite, às pressas, acompanhado de pão sem fermento e ervas amargas. Há uma intrínseca relação deste cordeiro com Jesus Cristo. O cordeiro deveria ser novo e sem nenhum defeito... esta característica tipifica Jesus Cristo; Tinha de ser separado para o sacrifício quatro dias antes do dia 14 (abibe) – assim como Jesus entrou em Jerusalém no dia da separação do cordeiro, e morreu no mesmo dia do sacrifício; Precisava ser imolado pela congregação inteira, assim como Cristo foi sacrificado pelos líderes civis e religiosos de Israel e Roma, como também o povo; nenhum de seus ossos poderia ser quebrado assim como ocorreu com Jesus na ocasião de sua crucificação.

No banquete antes da saída do Egito, o sangue do Cordeiro deveria ser aspergido sobre as portas das casas, pois o anjo da morte passaria por todo o Egito matando todos os primogênitos, só escaparia deste juízo de Deus, os que tivessem o sangue nos umbrais da porta. O sangue de Jesus é a nossa grande marca, e o poder remidor deste sangue é que nos livra da ira vindoura.

Todos estes componentes da páscoa celebrados pelos hebreus representam o que haveria de vir em Jesus Cristo, nosso cordeiro pascal. Que de fato nesta Páscoa eu e você possamos pensar no significado destes símbolos e desfrutar de uma vida cristã autêntica, não superficial; agradecermos a Deus pelo sacrifício remidor de Jesus Cristo e celebrá-lo por seu nosso substituto na cruz outorgando-nos tão grande salvação. Feliz Páscoa pra todos!
Rev. Gilberto Pires de Moraes. 
Igreja Presbiteriana