terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natal na Episcopal de Santa Cruz


Já fazem mais de vinte séculos, tendo atravessado toda sorte de contingências históricas, o Cristianismo proclama ao mundo a mais insólita das mensagens, única e sem qualquer paralelo na historia das religiões: numa província remota e obscura do Império Romano, a Divindade irrompeu na historia através de um menino nascido na cocheira da hospedaria de um vilarejo.

            “Ao chegar à plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com o seu Criador”. Com estas palavras Leão Magno, que viveu no século V, descreve à igreja o “Mistério da Encarnação”

             Do ceio de um povo que rejeitava todos os outros saiu a Misericórdia que os chamava e os unia. Um Menino nascido na menor cidade da mais desprezada nação da terra; um Menino cuja mãe não teve o que tem a mais indigente, a mais miserável mulher de uma das nossas cidades, um abrigo para dar à luz; um Menino nascido em uma estrebaria e deitado em uma manjedoura... Oh Deus, eu te reconheço lá e te adoro!
            As grandes solenidades do Natal e da Páscoa, que celebram os acontecimentos fundamentais da História da Salvação, constituem o duplo eixo em torno do qual se organizava a liturgia da Igreja primitiva. Ainda sob o impacto da ressurreição de Cristo, a Igreja nascente celebrava inicialmente apenas a Páscoa, semanal (no domingo), e anualmente, mas temos hoje informações seguras de que já nos inícios do século IV era comemorada a Encarnação, o Natal do Senhor Jesus.

            A fixação do dia 25 de dezembro deriva tanto da cristianização de uma festa pagã do “deus sol invencível”, instituída pelo imperador pagão Aureliano em 274, no solstício de inverno, como da hipótese de que, tendo acontecido a concepção de Jesus no equinócio da primavera (25 de março), seu nascimento seria, conseqüentemente, por volta de 25 de dezembro, quando o sol retoma seu movimento de “ascensão”. E, de fato, para os cristãos daquela época, como para os de hoje, Jesus é a “luz do mundo” (Jo 8.12), a “luz verdadeira que ilumina todo homem” (Jo 1.9).


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Advento; Tempo de Esperança


Hoje o púlpito da nossa igreja está coberto de roxo. É uma forma didática de dizer que estamos iniciando nesta semana o Advento, um tempo de espera e preparação para a festa da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Natal. 
          O Advento é parte do calendário litúrgico da igreja cristã que começa no último Domingo de novembro a termina no dia 24 de dezembro nas comemorações do nascimento de Jesus.
         
                       Mas, o que é o Advento? 

                      Depois de uma noite sem sono, antes do sol raiar, pode-se fazer uma experiência de Advento: horas sem luz geram a ansiedade de deixar a noite para trás. O momento de ver os primeiros raios do sol e o início do novo dia trazem um profundo alívio. 

              
                 Chamamos de Advento a espera da volta de Deus. Vivendo num mundo com muitas trevas, a nossa ansiedade pela volta de Deus pode se tornar tão forte como a de ver os primeiros raios de sol depois de uma noite longa sem sono. O confronto diário com os problemas pode despertar a forte sede da presença salvadora de Deus. 
           

                 Esta ansiedade por salvação existe há muito tempo. Um profeta diz Como gostaríamos que tu rasgasses os céus e descesses, fazendo as montanhas tremerem diante de ti! (Isaías 64.1) A escuridão da noite e as trevas na vida podem se tornar tão insuportáveis que a gente deseja que elas acabem logo. Nestes momentos, ajuda termos esperança no sol nascente e nas promessas de Deus como não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Apocalipse 21.4). Advento é alimentar a esperança, se conscientizar que Deus fará raiar um novo dia e abrirá novos horizontes para a vida. 
             

                    Uma forma de se lembrar do sol vindouro em meio à escuridão é acender uma luz. Para manter a chama da esperança acesa, procuramos nos cercar de luz. Os engajamentos sociais das Comunidades cristãs nos ajudam nesta tarefa. Além de semear a luz entre as pessoas que sofrem com as trevas deste mundo, nos cercamos de esperança lembrando a nós mesmos que Deus fará raiar um novo dia em que não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor.

                                                                                                                                Rev. Diógenes Monteiro 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma Herança Histórica



CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso criador do céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades;¹ ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na santa Igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amem. 

      Na última quinta-feira tivemos o nosso primeiro Culto de Doutrina no templo da recém-inaugurada Igreja Cristã Episcopal em Santa Cruz . Começamos a estudar a base da nossa fé com o estudo  "Nisto Cremos", uma análise  histórico-teologica do Credo dos Apóstolos.
    As palavras familiares do Credo dos Apóstolos são um resumo histórico e simples das verdades essenciais professadas pelos primeiros cristãos. Embora esta confissão não seja, certamente, uma produção direta dos doze apóstolos de Cristo, é comumente aceito que ela consiste em uma declaração resumida dos seus ensinos e está em perfeita harmonia com o espírito do Novo Testamento.
       Muitos católicos conhecem bem esse credo. E se espantam ao descobrir que os protestantes também o conhecem. Da mesma forma, alguns protestantes se surpreendem quando ouvem um companheiro recitá-lo. quase sempre, os evangélicos ficam até mesmo mais surpresos ao descobrirem que existe um credo antigo que, muito mais do que apenas um documento misterioso e abstrato, é uma viva e vibrante profissão das verdades essenciais cridas por todos os cristãos ao longo dos séculos.
        Aqui está um ponto de partida universal para a declaração cristã - um credo que expressa as verdades vitais e fundamentais confessadas pelos crentes muito antes da ruptura da igreja visível nos séculos 11 e 16. Entretanto, nem tudo aquilo que precisa ser professado pelos modernos cristãos está contido nele. Por exemplo, esse documento não menciona a graça de Deus na salvação. Também não há nele referencia alguma sobre a autoridade das Escrituras. Não obstante tudo isso, ele é um bom começo - um ponto de partida para todas as confissões cristãs históricas - e uma excelente declaração de fé para os momentos de culto comunitário.
       Esperamos que na próxima quinta-feira todos possam vir ao templo participar do nosso Culto de Doutrina com a seqüência de estudos sobre o Credo Apostólico e que tragam visitantes para juntos adorarmos a Deus na beleza da sua santidade. 

Rev.Diógenes Monteiro