terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natal na Episcopal de Santa Cruz


Já fazem mais de vinte séculos, tendo atravessado toda sorte de contingências históricas, o Cristianismo proclama ao mundo a mais insólita das mensagens, única e sem qualquer paralelo na historia das religiões: numa província remota e obscura do Império Romano, a Divindade irrompeu na historia através de um menino nascido na cocheira da hospedaria de um vilarejo.

            “Ao chegar à plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com o seu Criador”. Com estas palavras Leão Magno, que viveu no século V, descreve à igreja o “Mistério da Encarnação”

             Do ceio de um povo que rejeitava todos os outros saiu a Misericórdia que os chamava e os unia. Um Menino nascido na menor cidade da mais desprezada nação da terra; um Menino cuja mãe não teve o que tem a mais indigente, a mais miserável mulher de uma das nossas cidades, um abrigo para dar à luz; um Menino nascido em uma estrebaria e deitado em uma manjedoura... Oh Deus, eu te reconheço lá e te adoro!
            As grandes solenidades do Natal e da Páscoa, que celebram os acontecimentos fundamentais da História da Salvação, constituem o duplo eixo em torno do qual se organizava a liturgia da Igreja primitiva. Ainda sob o impacto da ressurreição de Cristo, a Igreja nascente celebrava inicialmente apenas a Páscoa, semanal (no domingo), e anualmente, mas temos hoje informações seguras de que já nos inícios do século IV era comemorada a Encarnação, o Natal do Senhor Jesus.

            A fixação do dia 25 de dezembro deriva tanto da cristianização de uma festa pagã do “deus sol invencível”, instituída pelo imperador pagão Aureliano em 274, no solstício de inverno, como da hipótese de que, tendo acontecido a concepção de Jesus no equinócio da primavera (25 de março), seu nascimento seria, conseqüentemente, por volta de 25 de dezembro, quando o sol retoma seu movimento de “ascensão”. E, de fato, para os cristãos daquela época, como para os de hoje, Jesus é a “luz do mundo” (Jo 8.12), a “luz verdadeira que ilumina todo homem” (Jo 1.9).


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Advento; Tempo de Esperança


Hoje o púlpito da nossa igreja está coberto de roxo. É uma forma didática de dizer que estamos iniciando nesta semana o Advento, um tempo de espera e preparação para a festa da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Natal. 
          O Advento é parte do calendário litúrgico da igreja cristã que começa no último Domingo de novembro a termina no dia 24 de dezembro nas comemorações do nascimento de Jesus.
         
                       Mas, o que é o Advento? 

                      Depois de uma noite sem sono, antes do sol raiar, pode-se fazer uma experiência de Advento: horas sem luz geram a ansiedade de deixar a noite para trás. O momento de ver os primeiros raios do sol e o início do novo dia trazem um profundo alívio. 

              
                 Chamamos de Advento a espera da volta de Deus. Vivendo num mundo com muitas trevas, a nossa ansiedade pela volta de Deus pode se tornar tão forte como a de ver os primeiros raios de sol depois de uma noite longa sem sono. O confronto diário com os problemas pode despertar a forte sede da presença salvadora de Deus. 
           

                 Esta ansiedade por salvação existe há muito tempo. Um profeta diz Como gostaríamos que tu rasgasses os céus e descesses, fazendo as montanhas tremerem diante de ti! (Isaías 64.1) A escuridão da noite e as trevas na vida podem se tornar tão insuportáveis que a gente deseja que elas acabem logo. Nestes momentos, ajuda termos esperança no sol nascente e nas promessas de Deus como não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Apocalipse 21.4). Advento é alimentar a esperança, se conscientizar que Deus fará raiar um novo dia e abrirá novos horizontes para a vida. 
             

                    Uma forma de se lembrar do sol vindouro em meio à escuridão é acender uma luz. Para manter a chama da esperança acesa, procuramos nos cercar de luz. Os engajamentos sociais das Comunidades cristãs nos ajudam nesta tarefa. Além de semear a luz entre as pessoas que sofrem com as trevas deste mundo, nos cercamos de esperança lembrando a nós mesmos que Deus fará raiar um novo dia em que não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor.

                                                                                                                                Rev. Diógenes Monteiro 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma Herança Histórica



CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso criador do céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades;¹ ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na santa Igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amem. 

      Na última quinta-feira tivemos o nosso primeiro Culto de Doutrina no templo da recém-inaugurada Igreja Cristã Episcopal em Santa Cruz . Começamos a estudar a base da nossa fé com o estudo  "Nisto Cremos", uma análise  histórico-teologica do Credo dos Apóstolos.
    As palavras familiares do Credo dos Apóstolos são um resumo histórico e simples das verdades essenciais professadas pelos primeiros cristãos. Embora esta confissão não seja, certamente, uma produção direta dos doze apóstolos de Cristo, é comumente aceito que ela consiste em uma declaração resumida dos seus ensinos e está em perfeita harmonia com o espírito do Novo Testamento.
       Muitos católicos conhecem bem esse credo. E se espantam ao descobrir que os protestantes também o conhecem. Da mesma forma, alguns protestantes se surpreendem quando ouvem um companheiro recitá-lo. quase sempre, os evangélicos ficam até mesmo mais surpresos ao descobrirem que existe um credo antigo que, muito mais do que apenas um documento misterioso e abstrato, é uma viva e vibrante profissão das verdades essenciais cridas por todos os cristãos ao longo dos séculos.
        Aqui está um ponto de partida universal para a declaração cristã - um credo que expressa as verdades vitais e fundamentais confessadas pelos crentes muito antes da ruptura da igreja visível nos séculos 11 e 16. Entretanto, nem tudo aquilo que precisa ser professado pelos modernos cristãos está contido nele. Por exemplo, esse documento não menciona a graça de Deus na salvação. Também não há nele referencia alguma sobre a autoridade das Escrituras. Não obstante tudo isso, ele é um bom começo - um ponto de partida para todas as confissões cristãs históricas - e uma excelente declaração de fé para os momentos de culto comunitário.
       Esperamos que na próxima quinta-feira todos possam vir ao templo participar do nosso Culto de Doutrina com a seqüência de estudos sobre o Credo Apostólico e que tragam visitantes para juntos adorarmos a Deus na beleza da sua santidade. 

Rev.Diógenes Monteiro


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Liturgia da Igreja Cristã Episcopal



A adoração é o coração da Igreja Episcopal, como convergência das coisas "antigas" e "novas" guardadas no tesouro, de acordo com Mateus 13.52.

Como ponto de partida, a Igreja Cristã Episcopal se arraiga na tradição Anglo-Celta, que remonta ao terceiro século. Esta aproximação anglicana permite uma tremenda flexibilidade com expressões locais, sem colocar em risco os essenciais da fé. Esta tradição histórica pode permitir uma ordem simples de adoração, como também adorações mais elaboradas.

Duas condições são fundamentais para a adoração na Igreja Episcopal. Uma, é a comunidade estar aberta para a livre atuação do Espírito Santo. A outra é a forma litúrgica, que nos é mostrada na Bíblia e na tradição da Igreja em seus primeiros séculos.

Uma das marcas distintivas da Igreja Episcopal é a sua liberdade no que se refere ao Espírito Santo. Nossa adoração é muito mais que litúrgica. Ela é sensível ao que Deus busca fazer no meio de Seu povo. O Espírito Santo é livre para manifestar-se em meio à adoração da Igreja.

A liturgia é fundamentada na Igreja dos Apóstolos e anterior ao Novo Testamento. Suas raízes estão na adoração judaica, praticada no Templo e nas Sinagogas, combinada com as celebrações eucarísticas (Santa Ceia) dos cristãos primitivos. Através da liturgia ela se une, não só na forma eterna de adoração no céu, como também entra na adoração histórica dos séculos.

Através de uma liturgia rica e autêntica, expressa as verdades religiosas, denuncia heresias, e oferece uma expressão verdadeira de adoração à Trindade.

No centro da nossa liturgia está a Palavra de Deus, única regra infalível de fé, e a atuação do Espírito Santo na vida de cada membro da igreja. Os símbolos de fé presentes em nossos templos evocam a assembléia a adoração ao Deus vivo e verdadeiro, é uma expressão de fé e piedade dos crentes.  

Portanto, todos os homens de boa vontade são convidados a adorarem a Deus em nosso templo no próximo dia 19 de novembro (sábado) as 19h00min na Rua Quatro em Santa Cruz do Capibaribe onde estaremos inaugurando a nossa missão nesta cidade.

Compareça com a sua família e neste dia estaremos fazendo história.

Pr. Diógenes Monteiro


CRISE NA IGREJA ROMANA NO BRASIL, O VATICANO ALERTA.


Trinta anos atrás, mais de 90% dos brasileiros se definiam como católicos. Agora, o número caiu para 68%, o valor mais baixo desde 1872. O alerta foi acionado porque, no maior país católico do mundo (140 milhões de fiéis), cada vez mais pessoas rompem seus laços com Roma. Além da América do Sul como terra de esperança para o catolicismo mundial, os dados dizem outra coisa. De acordo com os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, na última década, por causa da secularização e do boom das seitas evangélicas, diminuem continuamente os católicos brasileiros, enquanto aumentam enormemente as dezenas de denominações evangélicas. Uma pesquisa realizada pelo principal instituto de pesquisa do Brasil com base em 200 mil entrevistas fotografa um progressivo afastamento da Igreja especialmente das novas gerações. E, significativamente, a Santa Sé escolheu justamente o Rio de Janeiro como a próxima sede para a Jornada Mundial da Juventude, para impulsionar a pastoral da juventude na América do Sul. Durante a última década, milhões de brasileiros deixaram a comunidade católica mais numerosa do planeta para entrar nas congregações pentecostais.

O ano de 2010 foi o pior ano da Igreja Católica no Brasil. O número de jovens com menos de 20 anos que declaram não seguir nenhuma religião subiu três vezes mais rapidamente do que o de pessoas com mais de 50 anos. Cerca de 9% dos jovens brasileiros não têm nenhuma filiação religiosa. Uma tendência semelhante à dos abandonos da Igreja. A adesão ao catolicismo na população brasileira caiu para o seu nível mais baixo desde 1872: 68% em comparação aos 72,5% de 2003. A hemorragia de fiéis afeta principalmente a classe média. Ao mesmo tempo, os grupos pentecostais subiram para 12,8% da população. A secularização morde a participação religiosa, e a concorrência das seitas evangélicas está cada vez mais aguerrida.

Roma tem que acertar as contas com uma difícil convivência entre a Igreja Católica e as chamadas seitas de matriz cristã (a maioria pentecostais) que reúnem cada vez mais prosélitos, especialmente entre as camadas mais baixas da população. Em maio de 2007, o primeiro encontro de Bento XVI com os jovens evidenciou as dificuldades pelas quais a Igreja Católica do Brasil atravessa: os organizadores esperavam 70 mil jovens (40 mil no estádio e 30 mil do lado de fora). Na realidade, os números foram certamente inferiores: no estádio, permaneceram diversos espaços e lugares vazios, enquanto do lado de fora os jovens eram poucos. Ao todo, portanto, os participantes foram 35 mil segundo os dados fornecidos pelos próprios organizadores: não muitos, se lembrarmos que São Paulo tem 11 milhões de habitantes.

As Igrejas pentecostais estão atraindo um número cada vez mais crescente de fiéis arrancados da Igreja Católica (nos últimos 30 anos, o percentual dos católicos brasileiros do total da população diminuiu de 91,7% para 73,8% e agora para 65%, enquanto as Igrejas protestantes evangélicas aumentaram de 5,2% para 17,9%). Os cristãos de base atribuem a João Paulo II e ao seu guardião da ortodoxia, Joseph Ratzinger, o fato de terem "normalizado", nos anos 1980 e 1990, o clero e o episcopado sul-americano e de os terem preenchido com o Opus Dei e os Legionários de Cristo, colocando à margem aqueles teólogos da libertação que haviam deslocado muito para a esquerda o centro de gravidade da Igreja, dialogando com aquele comunismo que, ao contrário, o Vaticano estava combatendo no Leste Europeu. E a atual e dramática hemorragia de fiéis em favor das seitas evangélicas também seria o fruto da marginalização dos padres mais estreitamente em contato com as camadas populares e com as massas das favelas.

Ao mesmo tempo, a preocupação da Santa Sé se concentrou sobre a crise da disciplina eclesiástica, o crescimento das Igrejas evangélicas e da influência da teologia da libertação entre os jovens religiosos. Os documentos do WikiLeaks revelam que o Vaticano estava preocupado com a conduta dos sacerdotes brasileiros com relação ao celibato. E assim se reabre uma questão de extrema delicadeza para a Santa Sé, em particular por causa do espinhoso tema do clero brasileiro (e sul-americano) próximo da teologia da libertação e das tensões com Roma, das quais uma prova gritante é o "caso Recife", ou seja, a controvérsia sobre o aborto da menina-mãe.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Inauguração Agendada:



Dia 19 de novembro de 2011, sábado dia da bandeira, em Santa Cruz do Capibaribe será erguida mais uma bandeira do Evangelho: Inauguração da Igreja Cristã Episcopal - Missão Canaã.  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Batismo infantil é Bíblico?

PEDOBATISMO:
Bíblia de Estudo de Genebra - Gn 17.12

O batismo de crianças, filhos de crentes (prática às vezes denominada pedobatismo), na convicção de que essa prática está de acordo com a vontade revelada de Deus, tem sido a prática histórica de muitas Igrejas. Contudo, a comunidade batis­ta em todo o mundo - que inclui notáveis pensadores Reformados - discorda dessa pratica.

Os batistas insistem em que a filiação a uma igreja local é só para aqueles que publicamente declararam sua fé pessoal. O argumento freqüentemente inclui a alegação de que Cristo instituiu o batismo primeiramente como uma profissão pública de fé e de que essa profissão é parte da definição de batismo, resultando disso que o batismo infantil, na verdade, não é realmen­te batismo. Com base nisso, as igrejas batistas rebatizam as pessoas que professam a fé, mesmo que já tenham sido batiza­das na infância, pois, do ponto de vista dos batistas, essas pessoas nunca foram batizadas. A teologia histórica Reformada contesta o ponto de vista de que somente o batismo de crentes adultos é verdadeiro batismo e rejeita a exclusão de filhos de crentes da comunidade invisível da fé. Essas diferenças relacionadas com a natureza da Igreja visível constituem o pano de fun­do de todas as discussões sobre o batismo infantil.

A prática do batismo infantil não é nem prescrita nem proibida no Novo Testamento, nem é explicitamente ilustrada (ainda que alguns defendam que a referência ao batismo de alguém com toda a sua casa provavelmente inclua batismos de crianças e recém-nascidos). Mais precisamente, o argumento bíblico para o batismo das crianças dos crentes se apóia no paralelo en­tre a circuncisão, do Antigo Testamento, e o batismo, do Novo Testamento, como sinais e selos da aliança da graça (Gn 17.11; Rm 4.11; CI 2.11-12), e na alegação de que o princípio da solidariedade familiar na comunidade da aliança (a Igreja, como é agora chamada) não foi afetado pela transição da "velha" para a "nova" forma da aliança de Deus, realizada pela vinda de Cristo. As crianças dos crentes gozam do status de filhos da aliança e, portanto, devem ser batizadas, do mesmo modo que os filhos meninos dos judeus eram anteriormente circuncidados. O precedente do Antigo Testamento exige essa prática, e não há instruções divinas revogando esse princípio.

Posterior evidência de que o princípio da solidariedade familiar continua no período do Novo Testamento é encontrada em 1 Co 7.14, onde Paulo nota que mesmo os filhos de casais em que apenas um cônjuge é cristão são, do ponto de vista dos relacionamentos e da aliança, santos (isto é, são separados para Deus junto com a mãe ou pai cristão). Assim, o principio de soli­dariedade entre pais e filhos anda permanece, como também Pedro declara no seu sermão, no dia do Pentecostes (At 2.39). E, se as crianças são consideradas membros da comunidade visível da aliança junto com seus pais, é apropriado dar-lhes o sinal de status da aliança e do lugar delas na comunidade da aliança; de fato, seria impróprio para a Igreja negar-lhes esse sinal. A justeza dessa pratica e demonstrada pelo fato de, quando a circuncisão era o sina de status de a lança e sina a inclu­são na comunidade, Deus haver ordenado que ela tosse aplicada aos meninos (Gn 17.9-14).

Contra esses argumentos, os batistas alegam, primeiro, que a circuncisão era: primariamente, um sinal da identidade étni­ca dos judeus e, por isso, um paralelo entre a circuncisão e o Batismo cristão não é correto; em segundo lugar, alegam que, sob a nova aliança, a exigência da fé pessoal antes do Batismo é absoluta; em terceiro lugar, alegam que as práticas não reco­nhecidas e não aprovadas explicitamente nas Escrituras não devem ser adotadas na vida da Igreja.

Certamente, todo membro adulto da Igreja deve professar a fé pessoalmente diante da Igreja. As comunidades que batizam crianças providenciam para que isso ocorra na confirmação ou algo equivalente. A educação cristã de crianças batistas e de crianças batizadas na infância é semelhante: são dedicadas a Deus na infância, ou pelo batismo, ou mediante rito de consa­gração; são orientadas a viverem para o Senhor e conduzidas ao ponto de fazerem sua pública profissão de fé, pela confirmação ou pelo batismo. Depois disso, desfrutarão do status de plenos comungantes. O debate que se trava não é sobre a educação cristã das crianças, mas sobre a maneira e Deus definir a Igreja.

Diz-se, às vezes, que o batismo infantil leva a uma falsa presunção e que o rito, por si mesmo, garante a salvação da crian­ça. Na ausência de instruções bíblicas sobre o significado do Batismo, essa infeliz conclusão é possível. Deve-se lembrar, no entanto, que uma tal má compreensão é igualmente possível no caso de batismo de adulto crente.



domingo, 2 de outubro de 2011

Mensagem de Reflexão:


Os últimos três desejos de Alexandre, o Grande

Um belo texto para você refletir.
Conta-se que quando estava à beira da morte, Alexandre, o Grande convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:
1-) Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2-) Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas);
3-) Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão: à vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos incomuns, perguntou a Alexandre quais as razões para tal desejo. Alexandre explicou:
1-) Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
2-) Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3-) Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Você conhece Jesus Cristo como seu Salvador?


"E agora, por um pequeno momento, se manifestou a graça da parte do SENHOR, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos uma estaca no seu santo lugar..." Esdras 9.8 

Você conhece Jesus Cristo como seu Salvador? Ele é o seu Redentor?

Talvez você participe dos cultos de uma boa igreja evangélica. É possível que tenha lido vários trechos da Bíblia e talvez tenha em sua biblioteca livros sobre a vida cristã. Já ouviu falar do Evangelho e da salvação. Pode até ser que você seja batizado e professe estar entre os salvos.

E mesmo assim, apesar da aparência exterior, pode ser que você ainda não siga a Cristo, pois Ele ainda não é seu Senhor. Independente da sua situação religiosa, peço que considere por um momento: você já foi perdoado por Cristo?

Onde há perdão, houve primeiramente uma ofensa. É fundamental que entendamos que nosso pecado é a nossa maior ofensa contra Deus. Recomendo a leitura do capitulo 9 de Esdras pois neste capitulo, ele confessa seu pecado junto com o pecado do povo de Israel. Lemos a partir do versículo 5: "Me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o SENHOR meu Deus; e disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje estamos em grande culpa..." A atitude de Esdras demonstra que ele enxergava seus pecados como sendo ofensivos ao próprio Deus santo. Esdras não fez de conta que seus pecados eram ocultos ou discretos e nem ainda uma "escolha pessoal", mas admite que "nossa culpa tem crescido até aos céus". Nossa culpa é vista por Deus, pois vivemos todo dia perante Seus olhos. O próprio Esdras reconheceu, "Eis que estamos diante de ti, na nossa culpa" (Ed 9.5). O Rei Davi admitiu "Fiz o que é mal à tua vista" (Sl 51.3) e o profeta Isaias confessou, "as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós" (Is 59.12).

Essa culpa "que tem crescido até aos céus" é o efeito colateral do pecado. A culpa nos lembra a cada momento da condenação justa por causa do pecado. Carregamos o peso da punição vindoura, temendo um encontro com o Deus Justo depois da morte. "Todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" (Hb 2.15). E com toda razão, afinal a Bíblia não poupa palavras quando descreve a punição eterna daqueles que zombam de Deus: "Este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira" (Ap 14.10).

Antes de ser salvo, é necessário que você perceba o quão perdido você é nos seus pecados. Somente o náufrago clama por socorro. Você já chegou a se ver culpado diante do seu Criador? Chegou a admitir, "Fui pesado na balança da perfeição divina e tenho sido achado em falta"? Já confessou, "estou destituído da glória de Deus"?

Se você está carregando o peso da condenação, as boas novas do Evangelho serão como água para sua alma sedenta. Aqueles que são corroídos pela podridão do pecado acharão restauração em Cristo. Ele diz: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). Este versículo diz a respeito à satisfação. Deus foi satisfeito com o sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Cristo se satisfaz em remir pobres desgarrados e nós somos satisfeitos com a regeneração das nossas almas. Certamente, quem corre a Cristo, encontra satisfação eterna. Como não ser satisfeitos quando experimentamos que "se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2Co 5.17)? O Salmista escreveu, alegre e satisfeito: "Tu limpas as nossas transgressões. Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e do teu santo templo" (Sl 65.3,4).

Somos lavados das nossas transgressões! Cada detalhe do pecado é expurgado pelo sangue de Cristo. O sacrifico de Cristo é tão completamente imerecido e tão maravilhosamente completo. O Filho de Deus fez-se carne para resgatar-nos da nossa carnalidade. Ele deu sua vida na cruz para assim dar vida aos acusados. O Justo morreu pelos injustos. Foi paga a minha divida, pois o Filho de Deus aceitou morrer a minha morte na cruz aonde eu deveria ter sido crucificado. Claramente entendemos: "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mt 20.28). Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, tomou sobre Si a ira de Deus para que - morto e ressurreto - fosse a salvação completa dos mais indignos pecadores.

Pergunto: você está satisfeito em Cristo? A sua alma repousa nele? Ou está ainda a procura de outro consolo além de Cristo?

Talvez você esteja confusa em como chegar a Cristo. Vejamos novamente a oração de Esdras, em Esdras capitulo 9. Perceba como ele reconheceu sua vergonha e iniquidade no versículo 6, confessou sua culpa no versículo 7 e por fim agarra-se à graça de Deus no versículo 8: "Agora, por um pequeno momento, se manifestou a graça da parte do SENHOR, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos uma estaca no seu santo lugar; para nos iluminar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão" (Ed 9.8). A graça de Deus tem se manifestada, permitindo que nós - presos na servidão ao pecado - possamos escapar da culpa e da condenação. É um escape imerecido, pago na integra por Cristo. Boas intenções, ofertas financeiras ou serviço dedicado não alcançarão o que a graça de Deus alcança por nós: um escape!

Como então ir a Cristo? Correndo. Como confiar nele? Inteiramente. Como rogar Sua misericórdia? Confessando seus pecados e crendo que Ele providenciou um escape. Devemos agarrar esta verdade: "Na nossa servidão não nos desamparou o nosso Deus; antes estendeu sobre nós a sua benignidade...para que nos desse vida" (Ed 9.9).

Agora não seria a hora de buscar essa benignidade de Deus? Onde quer que você esteja, não seria agora o momento de buscar um tempo à sós, e, de joelhos dobrados e coração quebrantado, rogar que Deus lave sua alma no sangue de Cristo? Estas palavras deviam ser suas: "Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto" (Sl 51.9,10).

Nós nos preocupamos com a mensagem da salvação porque não temos outra mensagem a anunciar a não ser: "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1Tm 1.15). É bom ler artigos, é ótimo ouvir palestras e excelente investir em bons livros. Mas nada valerá a pena se em primeiro lugar você não tem buscado o perdão de Deus aos pés da cruz.

Pergunto novamente: você conhece Jesus Cristo como seu Salvador?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CONHECIMENTO E MATURIDADE


Kevin DeYoung
Sabedoria e MaturidadeQuando comparados, eu prefiro um cristão maduro que tenha conhecimento teológico simples do que outro extremamente culto, versado, mas sem maturidade nenhuma. Mas, é claro que nenhuma dessas situações é desejável. Vou explicar.
Uma história com dois extremos
De um lado, temos o Sr. Rato-de-Biblioteca. Ele não completou ainda trinta anos de idade. É muito inteligente. Já leu Calvino, Edwards, Lutero e Bavinck. Conhece Warfield e Hodge, Piper e Carson, também. Desde que aceitou o Senhor na época da faculdade, o Sr. Rato tem buscado conhecimento. Ele ouve uma dúzia de sermões por semana no seu iPod. Tem mais discernimento sobre debates teológicos da atualidade do que a maioria dos pastores. Adora conferências cristãs — as boas, consistentes. O Sr. Rato sabe tudo sobre hermenêutica, propiciação, teologia da aliança, princípio regulador, e o ordo salutis. Está até aprendendo um pouco de Grego, Hebraico e Latim já sabe um pouquinho e, se tiver tempo, vai aprender ugarit.
O Sr. Rato é inteligente, sério na sua fé, e quer servir o Senhor. Mas tem vinte e poucos anos e não é maduro. Em termos de conhecimento, está muito adiantado, mas quanto à sabedoria, está começando. Não comete pecados grosseiros, apenas pecadinhos. Na escala da verdade, não mente. É chato, quase ridículo, excessivamente franco. Não tem senso de proporções. Ele não percebe que um debate de pressuposto e evidencialista de apologética  não é tão sério como Atanásio versus Ariano. Para ele tudo é uma questão de prioridade porque não há outro tipo de assunto.
Para piorar a situação, o Sr.Rato fala demais. Considera toda conversa como um debate. Ele é teimoso. Não faz perguntas. As pessoas têm medo dele e ele não sabe por quê. A não ser aqueles que concordam totalmente com ele, não tem muitos amigos. Não pretende ser rude ou arrogante. Na verdade, ele consegue ser um cara simpático. O problema é que ele sabe tanta coisa que não consegue usar o seu conhecimento com sabedoria ou elegância.
No outro extremo está o Sr. Simples-Fé. É cristão há quarenta anos. Ora e lê a Bíblia todos os dias. Criou quatro filhos piedosos. Está casado há mais de trinta anos. É calmo, sincero e respeitado por todos. Mas não devora livros. Nunca leu muito. Lê dois a três livros por ano, e um deles deve ser um livro cristão, alguma coisa leve. O Sr. Simples tem instintos teológicos decentes. Ele sabe que a Bíblia é a verdade, que Jesus é o único caminho para Deus, que o inferno é real, e que não podemos merecer o caminho para o céu. É ortodoxo, mas além do básico é bastante ignorante e, francamente, não está muito interessado em teologia.
Portanto, qual dos dois você preferiria ter como diácono em sua igreja? O Sr. Rato é mais impressionante, mas o Sr. Simples provavelmente vai tomar decisões melhores e vai ser recebido melhor pelos membros da congregação. Pessoalmente, eu prefiro a maturidade ultrapassando o conhecimento em vez do contrário.
Aprendendo a pilotar de Maneira Certa
Nem é preciso dizer que o alvo é ter os dois. Um cristão maduro sem um pouco de conhecimento teológico não atinge o seu potencial. Um cristão que tem conhecimento sem maturidade tem potencial que não sabe como utilizar.
Um cristão teologicamente astuto, imaturo é como um menino de cinco anos de idade pilotando um helicóptero Apache. Vejam que arma poderosa: pode destruir argumentos e defender-se contra heresia; pode voar para o céu e ter visões gloriosas que aquele que está no nível do mar não percebe. Este helicóptero teológico é tão bom para busca e salvamento quanto para descobrimento e destruição. Todo exercito congregacional deveria ter um veículo desses. É rápido. É furioso. É impressionante. Mas também é perigoso. E com um menino de cinco anos no controle (ou seja lá o que for), algumas pessoas vão se machucar. Não é que um menino não possa ter um helicóptero, mas seria bom que tomasse lições de vôo depois de adulto.
Por outro lado, um cristão maduro satisfeito com um conhecimento teológico rudimentar é como uma pessoa de 45 anos de idade pilotando um triciclo. Verdade, ele consegue andar de triciclo, mas não pode andar depressa nem vai muito longe. Fica limitado em termos do que pode ver e experimentar.  Não pode fazer muito para enfrentar inimigos ou escalar alturas. É firme, mas não tão firme quanto poderia ser. O alvo no discipulado é que nós não temos de escolher entre meninos pilotando helicópteros e adultos andando de triciclos. Queremos pilotos maduros pilotando máquinas complicadas. Nosso alvo é que o Sr. Rato-de-Biblioteca se transforme no Sr. Cabeça-e-Coração e que o Sr. Simples-Fé aprenda a ser o Sr.Verdade-Profunda.
E se nossas congregações ainda não chegaram a este equilíbrio, pelo menos podemos arranjar um instrutor próprio para os meninos e apressar o treinamento dos adultos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vem ai um livro "polêmico":


Guardem suas pás

Livro de John C. Lennox debate fé e ciência e responde: é possível enterrar Deus?

Guardem suas pás
Os fundamentalistas estão atacando. E, desta vez, não são os religiosos cristãos, mas os ateístas. Sim, ateístas e não ateus. Os ateístas propagam o ateísmo como religião, com cânones, dogmas, líderes ungidos (Dawkins é seu papa), normas de conduta e proselitismo. Faltou o batismo. Talvez não.

O batismo ateu é jogar terra em Deus, ou na ideia de Deus Criador do Universo. Resumem, como disse Bertrand Russell: "O Universo simplesmente está ali, e isso é tudo". Vive-se hoje um cientificismo ateísta, são dias em que, para os ateístas, não é possível conciliar fé e razão e, assim, idolatram a ciência e tentam fazer de qualquer crente um ser desprovido de capacidades intelectuais. Ser cristão, para os ateístas, priva a pessoa de qualquer qualidade racional.

Mas e Bacon, Galileu, Newton e Clerk Maxwell, por exemplo, que acreditavam num Deus criador inteligente, de cujo cérebro nascera o cosmos? Esquecem-se de que, em grande parte, a ciência é um conjunto de crenças, muitas delas postuladas a partir de pressupostos improváveis fora da mera especulação?

O que o John Lennox prova, em Por que a ciência não consegue enterrar Deus, é que Atkins, Dawkins e vários papas ateístas tentam esconder o fervor religioso e a parcialidade que nutrem contra as religiões, em especial a cristã. O autor desmascara que esses ilustres ateístas falham crassamente ao rejeitar o que mais alardeam: o debate honesto e racional sobre espiritualidade, fé e religião. Não querem, como cientistas, descobrir a verdade sobre a existência de Deus. Querem negá-la usando de todos os subterfúgios para sepultar a Deus. Mas não conseguem nem abrir a cova. Fica um humilde conselho: guardem suas pás.
O livro esta sendo ´publicado pela editora Mundo Cristão e estará a venda em breve.

opinião do leitor



 

A Importância da Segurança da Fé

 

Joel R. Beeke


Joel Beeke é pastor da igreja Heritage Reformed Congregation, em Grand Rapids, MI, EUA. É presidente, Deão acadêmico e catedrático de Teologia Sistemática e Homilética do Seminário Reformado Puritano. Possui Ph.D pelo seminário Westminster em Teologia Reformada e Pós-reforma. Pr. Beeke atua como preletor em diversas conferências em várias partes do mundo, inclusive o Brasil; é autor e co-autor de mais de 50 livros, alguns já em português, como o livro “Vencendo o Mundo” (Editora Fiel) e outros em processo de tradução. É casado com Mary Beeke com quem tem 3 filhos


A segurança da fé é a convicção de pertencer a Cristo por meio da fé e desfrutar a salvação eterna. Aquele que tem essa segurança não somente crê na justiça de Cristo para a sua salvação, mas também sabe que crê e que é amado graciosamente por Deus.

Essa segurança é ampla em seu escopo. Inclui liberdade da culpa do pecado, alegria no relacionamento com o Deus trino e um senso de pertencer à família de Deus. James W. Alexander disse que a segurança “leva consigo a idéia de plenitude, tal como uma árvore carregada de frutos ou como as velas de um navio enchidas por ventos favoráveis”.

A segurança é conhecida por seus frutos, tais como a comunhão íntima com Deus, a obediência submissa, sede de Deus e anelo por glorificá-lo, cumprindo a Grande Comissão. A segurança prevê, em oração, o avivamento, mantendo-se submissa à esperança escatológica. Os crentes que têm essa segurança vêem o céu como o seu lar, anseiam pela segunda vinda de Cristo e pela trasladação à glória (2 Tm 4.6-8).

A segurança sempre foi um assunto vital. Sua importância é mais crucial agora porque vivemos em dias de segurança mínima. E, o que é pior, muitos não compreendem isso. O desejo de comunhão com Deus, o anseio pela glória de Deus e pelo céu e a intercessão em favor de avivamento parecem lânguidos. Isso acontece quando a ênfase da igreja na felicidade terrena sobrepuja a convicção de que ela está peregrinando neste mundo em direção a Deus e à glória.

A necessidade de uma doutrina de segurança alicerçada nas Escrituras é fortalecida pela ênfase da cultura nos sentimentos. A maneira como sentimos as coisas toma geralmente a precedência em relação ao que sabemos e cremos. Essa atitude infiltrou-se na igreja. O crescimento extraordinário do movimento carismático pode ser atribuído, em parte, a um cristianismo formal e sem vida, pois o movimento carismático oferece aos seus adeptos emoção e estímulos para encherem o vazio criado pela falta de verdadeira segurança da fé, bem como pela ausência de seus frutos. Hoje, necessitamos desesperadamente do pensar doutrinário acompanhado do viver santificado e vibrante.

Este artigo trata de questões, dificuldades e assuntos associados à segurança da fé. Consideremos cinco razões importante por que devemos crescer nesta segurança.

Integridade de Fé e Vida

Nosso entendimento da segurança da fé determina a integridade de nossa compreensão a respeito da vida espiritual. Podemos estar certos em muitas áreas e incorretos em nosso entendimento desta doutrina fundamental das Escrituras.

Muitos pensam erroneamente que são cristãos. Tememos que inúmeras pessoas que se consideram cristãs despertarão no inferno, em horror eterno.

O problema envolvido no “crer fácil” é que as pessoas não examinam se a sua fé é genuína e está bem fundamentada. Esse erro talvez seja mais bem designado como a “segurança fácil” e não o “crer fácil”. Eles reivindicam a segurança sem possuírem um fundamento para ela. Erros a respeito de como uma pessoa chega à segurança da fé podem conduzir facilmente a uma segurança falsa. Um entendimento correto da segurança da fé nos ajuda a evitar essa presunção.

Um ponto de vista errado a respeito da segurança pode impedir-nos de ter segurança, quando deveríamos tê-la. Alguns filhos de Deus verdadeiros não crêem que são filhos de Deus. Aceitam um tipo de “crer difícil”, procurando evidências pelas quais não têm o direito de esperar. Pode haver evidência firme e bíblica de que eles são filhos de Deus, mas não estão satisfeitos com isso. Eles mesmos são o maior obstáculo na obtenção da segurança. Um entendimento correto da segurança da fé também é importante nesse caso.

Aqueles que têm uma compreensão apropriada da segurança evitarão tanto o crer fácil como o crer difícil. A segurança não será um benefício automático. Eles não se tornarão seguros de sua fé sem uma evidência de fé sólida e bíblica operando em sua vida. Ficarão cientes do perigo do crer fácil e examinarão regularmente seus coração e vida à luz da Palavra de Deus. Por outro lado, eles reconhecerão em sua vida a evidência do novo nascimento e perceberão a sua presença. Quando sentirem anseio genuíno por Deus e ódio pelo pecado, reconhecerão essas coisas como obra do Espírito Santo e serão consolados por elas. Não desprezarão as dias das coisas humildes. Sem esses dias, poucos filhos de Deus ficarão seguros quanto à sua fé.

Paz com Deus

A segurança é inseparável da paz e do consolo do evangelho. A segurança de que somos nascidos de Deus é necessária, se temos de experimentar paz, amor e alegria. Experimentar verdadeira paz e alegria no Senhor enriquece grandemente a nossa vida, enquanto estamos neste mundo. Essa é uma das razões por que Thomas Brooks intitulou de Heaven and Earth (Céu e Terra) o seu livro sobre a segurança da fé. A segurança está relacionada com a paz e a alegria do evangelho e precisa ser cultivada.

Como cristãos, devemos desejar esses dons, porque somos exibições do evangelho. Filipenses 2.15 nos ensina: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”. Manter uma atmosfera de paz e alegria é uma das maneiras pelas quais o crente pode resplandecer como luz neste mundo perverso. Que tipo de idéias o mundo nutre a respeito de Deus, se o povo de Deus não mostra que servir ao Senhor é algo maravilhoso? Que tipo de afirmação fazemos a respeito de Deus, se as pessoas não podem detectar em nós a paz e a alegria tranqüilas que nos distinguem?

Isso não significa que os cristãos não terão tempos de tristeza por causa do pecado, dificuldades e dúvidas. Mas as Escrituras são bastante claras em dizer que os cristãos procuram normalmente exibir paz e alegria no Senhor. Para fazermos isso, precisamos estar seguros de nossa fé.

Serviço cristão

Um cristão seguro é um cristão ativo. Paulo disse aos cristãos de Tessalônica: “O nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1 Ts 1.5). O evangelho foi abençoado em Tessalônica de modo que houve muita convicção. E Paulo acrescentou: “De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma” (vv. 7-8). Quão admirável! Aqueles cristãos, recém-convertidos, repercutiram a Palavra de Deus; ou seja, eles evangelizaram. Assim, quando Paulo chegou à região deles, descobriu que a Palavra de Deus já estava ali. Essas pessoas se mostraram zelosas por Deus, porque estavam seguras de sua salvação.

Um cristão que não possui segurança raramente se interessa por boas obras. Em vez disso, seu vigor espiritual é consumido em questionar se é salvo ou não. Quando essa dúvida não é resolvida, a pessoa fica incerta quanto a ajudar os outros no serviço do Senhor. Como o disse J. C. Ryle: “O crente ao qual falta uma firme esperança passa grande parte do seu tempo sondando o próprio coração acerca de seu próprio estado de alma. Tal como uma pessoa nervosa e hipocondríaca, ele encherá a cabeça com as suas próprias indisposições, com as suas próprias dúvidas e perguntas, com seus próprios conflitos e corrupções. Em suma, tal crente ficará com freqüência tão absorvido com seus conflitos íntimos que pouco tempo lhe restará para outras coisas e para trabalhar para Deus” (“Segurança”, em Santidade sem a qual Ninguém Verá o Senhor, Editora Fiel, 2009, p. 159).

Ás vezes, pensamos que nosso propósito aqui na terra é somente achar a salvação; uma vez que somos salvos, temos pouco a fazer até chegarmos ao céu. A conversão é vista como um fim em si mesmo. Mas isso não é verdade. Somos convertidos para cumprir um propósito: servir a Deus no mundo. 1 Pedro 2.9 nos diz por que Deus resolveu converter pessoas: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Deus nos converte para que proclamemos as suas virtudes. Somos convertidos para servir a Deus e ao nosso próximo. Se nos falta segurança, nosso servir a Deus não será entusiasta.

Comunhão com Deus

A segurança é valiosa porque enriquece a nossa comunhão com Deus. Como uma pessoa pode ter comunhão íntima com Deus, se teme que Deus está irado? Quão difícil seria termos comunhão com um filho que está sempre com medo de nós. O filho nunca fica tranqüilo e jamais aceita nossas expressões de amor. Nessa atmosfera, um relacionamento íntimo é impossível.

Por contraste, considere a segurança implícita no Cântico dos Cânticos, quando a noiva disse: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. Aqui há comunhão, interação, um relacionamento caloroso e digno, amor e confiança, por parte da noiva, no fato de que o amor é mútuo. Esse é o tipo de comunhão que o Senhor deseja ter com seu povo. Ele descreve freqüentemente seu relacionamento com eles em termos que implicam intimidade: Pai e filhos, Esposo e esposa, Noivo e noiva, Cabeça e corpo. O Senhor usa o mais íntimo dos relacionamentos da vida para descrever o relacionamento que deseja ter com seu povo. É óbvio que a segurança é necessária para desenvolvermos esse tipo de relacionamento.

Santidade ao Senhor

Finalmente, a segurança é crucial porque torna o cristão mais santo. Falando sobre a segurança que resulta do conhecimento de que somos filhos do Pai, João disse: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 Jo 3.3).

A segurança que não conduz a um viver mais santo é falsa. Aquele que tem a segurança bem fundamentada, que experimenta paz e alegria, que se ocupa com a obra do Senhor e vive em comunhão íntima com Deus é uma pessoa santa. Um crente não pode persistir nos altos níveis de segurança enquanto persiste em baixos níveis de santidade.

A segurança nos traz a um contato íntimo com o poder de Deus. Quando desfrutamos de um relacionamento de confiança com Deus e descansamos em sua misericórdia e graça, nossos corações são inflamados pelo amor a Deus. Esse amor nos dá poder para um viver santo. Quanto mais íntimos somos de Deus, tanto mais amor teremos por ele e tanto mais pura será a nossa vida. Uma pessoa santa é motivada por amor a Deus, por causa de Cristo. O amor de Cristo constrange o homem santo (2 Co 5.14).

Assim você pode perceber quão importante é este assunto da segurança. É possível alguém ser salvo e não ter segurança. Contudo, é quase impossível alguém ser um cristão sadio se não possui a segurança da fé. Você pode objetar: as Escrituras não afirmam que Deus tem interesse especial por pecadores necessitados e pobres? Se ele parar de ser pobre e necessitado, há motivo para duvidarmos que a sua segurança está alicerçada em bases sólidas. Cristo tem de crescer, e ele diminuir (Jo 3.30).

O Senhor está perto daqueles que têm um coração quebrantado, um espírito contrito e ainda não têm a segurança da fé. Mas isso não leva a concluir disso que essa seja uma condição desejável. Se somos pobres e necessitados sem a segurança da fé, devemos buscá-la.

Conclusão

A segurança é vital para o nosso bem-estar espiritual. Algumas pessoas acham que segurança indica superficialidade. Aos seus olhos, alguém é considerado suspeito se possui segurança. Na realidade, aqueles que vêem a dúvida como um sinal de profunda experiência religiosa e seguem em direção a Deus e à glória sem a segurança da fé, esses têm apenas um entendimento superficial das Escrituras. Um entendimento mais profundo nos leva a reconhecer a obra do Espírito em nosso coração, a conhecê-la e descansar no Senhor Jesus Cristo, com fé semelhante à de uma criança.


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terça-feira, 23 de agosto de 2011


 

Como Evitar Desequilíbrios Religiosos

 

Arthur W. Pink

Os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro.
A operação do Espírito, no coração humano, não é inconsciente nem automática. A vontade e a inteligência humana devem ceder e cooperar com as benignas intenções de Deus. Penso que é neste ponto que muitos de nós se perdem. Ou tentamos nos tornar santos, e, então, falhamos miseravelmente; ou, então, procuramos atingir um estado de passividade espiritual, esperando que Deus aperfeiçoe nossa natureza, em santidade, como alguém que se assentasse esperando que um ovo de pintarroxo chocasse sozinho. Trabalhamos febrilmente, para conseguir o impossível, ou não trabalhamos de forma alguma. O Novo Testamento nada conhece da operação do Espírito em nós, à parte de nossa própria resposta moral favorável. Vigilância, oração, autodisciplina e aquiescência inteligente aos propósitos de Deus são indispensáveis para qualquer progresso real na santidade. Existem certas áreas de nossas vidas em que os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro, a um erro tão grande que leva à própria deformação espiritual. Por exemplo:
1. Quando, em nossa determinação de nos tornarmos ousados, nos tornamos atrevidos. Coragem e mansidão são qualidades compatíveis; ambas eram encontradas em perfeitas proporções em Cristo, e ambas brilharam esplendidamente na confrontação com os seus adversários. Pedro, diante do sinédrio, e Paulo, diante do rei Ágripa, demonstraram ambas essas qualidades, ainda que noutra ocasião, quando a ousadia de Paulo temporariamente perdeu o seu amor e se tornou carnal, ele houvesse dito ao sumo sacerdote: “Deus há de ferir-te, parede branqueada”. No entanto, deve-se dar um crédito ao apóstolo, quando, ao perceber o que havia feito, desculpou-se imediatamente (At 23.1-5).
2) Quando, em nosso desejo de sermos francos, tornamo-nos rudes.Candura sem aspereza sempre se encontrou no homem Cristo Jesus. O crente que se vangloria de sempre chamar de ferro o que é de ferro, acabará chamando tudo pelo nome de ferro. Até o fogoso Pedro aprendeu que o amor não deixa escapar da boca tudo quanto sabe (1 Pe 4.8).
3) Quando, em nossos esforços para sermos vigilantes, ficamos a suspeitar de todos. Posto que há muitos adversários, somos tentados a ver inimigos onde nenhum deles existe. Por causa do conflito com o erro, tendemos a desenvolver um espírito de hostilidade para com todos quantos discordam de nós em qualquer coisa. Satanás pouco se importa se seguimos uma doutrina falsa ou se meramente nos tornamos amargos. Pois em ambos os casos ele sai vencedor.
4) Quando tentamos ser sérios e nos tornamos sombrios. Os santos sempre foram pessoas sérias, mas a melancolia é um defeito de caráter e jamais deveria ser mesclada com a piedade. A melancolia religiosa pode indicar a presença de incredulidade ou pecado, e, se deixarmos que tal melancolia prossiga por muito tempo, pode conduzir a graves perturbações mentais. A alegria é a grande terapia da mente. “Alegrai-vos sempre no Senhor” ( Fp 4.4).
5) Quando tencionamos ser conscienciosos e nos tornamos escrupulosos em demasia. Se o diabo não puder destruir a consciência, seus esforços se concentrarão na tentativa de enfermá-la. Conheço crentes que vivem em um estado de angústia permanente, temendo que venham a desagradar a Deus. Seu mundo de atos permitidos se torna mais e mais estreito, até que finalmente temem atirar-se nas atividades comuns da vida. E ainda acreditam que essa auto-tortura é uma prova de piedade.
Enquanto os filósofos religiosos buscam corrigir essa assimetria (que é comum à toda raça humana), pregando o “meio-termo áureo”, o cristianismo oferece um remédio muito mais eficaz. O cristianismo, estando de pleno acordo com todos os fatos da existência, leva em consideração este desequilíbrio moral da vida humana, e o medicamento que oferece não é uma nova filosofia, e sim uma nova vida. O ideal aspirado pelo crente não consiste em andar pelo caminho perfeito, mas em ser conformado à imagem de Cristo.

Fonte: http://editorafiel.com.br